Falando de... FEMINISMO X RELIGIÃO X SEXUALIDADE

Por : Princesa Regina terça-feira, 19 de agosto de 2014

Bom, como essa budega que eu chamo de blog é para dar minha opinião sobre assunto polêmico, resolvi que vou falar sobre um dos assuntos mais comentados do momento, o feminismo.
Eu fui criada numa família tradicional (pai, mãe e filhos), e fui ensinada daquela forma machista que todo mundo conhece. Meninas cuidam da casa, meninos podem sair, meninas são protegidas como bonecas e tudo mais.
Veja que apesar disso, não considero minha criação machista. Muito pelo contrário, fui criada com bonecas e carrinho, novelas e futebol, desenhos animados 'femininos e masculinos' (odeio essas diferenças) e meus pais sempre foram abertos comigo em relação a qualquer assunto. Vejo, portanto, que para  a criação que meu pai teve, ele é realmente bem a frente, e é por isso (e só por isso) que levo na esportiva os conceitos machistas dele.
Minha vida familiar me fez conviver com algo bem revoltante: minha mãe trabalhava a noite e cuidava de toda a casa durante o dia e meu pai trabalhava o dia todo e colocava todas as responsabilidades em cima da minha irmã.
Foi tudo isso que me fez ter esse pensamento: MULHER NÃO É OBRIGADA A APRENDER A COZINHAR, LIMPAR, PASSAR E COSTURAR. MULHER É LIVRE PARA O QUE QUISER SER E FAZER.
É uma visão feminista? SIM!
Mas eu não admitia. Na minha cabeça iludida de adolescente boba, inocente, virgem e que acredita em conto de fadas, eu seria a dona de casa ideal, enquanto meu marido trabalhasse. E essa visão distorcia meu lado feminista.
Até que um dia, a ficha caiu. Liberdade de escolha é isso! NÃO SOU OBRIGADA A SER DONA-DE-CASA, MAS TENHO ESSE DIREITO!
Com a descoberta do feminismo e a luta pelos direitos da mulher, veio a tona muitas ideias que eu já tinha mas não sabia ser feminista.
Defendo a liberdade sexual da mulher. Defendo a livre escolha de profissão. Defendo a livre escolha de ser ou não virgem. Defendo a livre escolha de parceiros ou parceiras, qualidade e quantidade. Defendo a mudança de sexo, de ambos os gêneros. Defendo a liberdade religiosa. Defendo a liberdade de ir e vir. A liberdade de ser quem quiser ser. A liberdade, enfim.
E aí fica a pergunta: "Como encaixo tudo isso na minha religião?"
Bem, tenho ideias feministas. Isso é o que sou. Isso não muda o fato de eu ser evangélica. Nem muda o fato de que EU ESCOLHI ESPERAR. Uma coisa nada tem a ver com outra.
"Mas você disse  que aceita a liberdade sexual!". Sim. Eu aceito, meu Deus não. Ou seja, se eu escolhi (meu direito de escolha, ninguém me obrigou) servir a um Deus que defende a virgindade pré-conjugal (e veja que isso inclui homens e mulheres!), eu tive como escolha (eu, não fui obrigada por religião, igreja ou mesmo por Deus) obedecê-lo. E se escolhi isso, inclui em minhas escolhas esperar. Esperar o casamento para o sexo e o prazer com quem amo.
Aí entra o grande tabu, sabe-se lá o porquê: a sexualidade. Deus fez o sexo. Ele o criou para feito entre o casal, a forma de reprodução E a forma de prazer. Por que é que as pessoas continuam agindo como se fosse um bicho de sete cabeças? É algo tão normal quanto comer, uma necessidade humana. Não tenho medo de falar no assunto, mesmo sendo solteira e não conhecendo o assunto na prática. É como respirar. Simples e complexo ao mesmo tempo.
Sexualidade foi um presente nos dado. Deve ser aproveitado. Eu escolhi me manter um presente fechado até minha noite de núpcias, mas nunca vou julgar alguém pelo que escolheu fazer com a sua. Só com o namorado? Com aliança no dedo? Com vários, conforme a vontade? Com vários em uma mesma noite? Com vários relacionamentos de niveis diferentes? Com uma pessoa ou várias? Com pessoas do sexo oposto ou do mesmo sexo ou ambas?
As opções são infindáveis. Quero ser respeitada pelo minha escolha de esperar o casamento. Do mesmo jeito, nada mais justo que respeite as pessoas que fazem escolhas diferentes das minhas. Assim também é com a religião, com o gênero ou com a classe social. Quero ser respeitado, vou primeiro respeitar o outro.

Escolhi ser evangélica, assim como escolhi ser feminista. Eu escolhi esperar. São escolhas. Sou digna de respeito como qualquer outra pessoa.

Deixe um Comentário

Seguidores