Archive for agosto 2013

Falando de... ANOREXIA²

Post em homenagem a Daiane Dornelles, a Megan Foques, minha amiga morta essa essa semana, vítima de anorexia...

Eu fui uma criança bem solitária. Até os quase dez anos, passava a maioria do tempo lendo uma pilha de livros que levava a todo canto como se fosse meus animais de estimação. Falava com amigos imaginários, via fadas e seres invisíveis diversos. 
Com mais ou menos dez anos, larguei um pouco os livros, e passei a brincar na rua o dia todo, com um bando de meninos, o que me fez ser uma menina bem "moleca". Jogava bola, brincava de pique-esconde e pega-pega até a noite, quando entrava para iniciar a sessão vídeo game. Bem, minha vida era assim até os doze anos.
Aliás, aos treze que tudo começou. Matei aula, fumei e passei a me vestir de gótica por um tempo. Transformei-me de repente, de moleca a adolescente rebelde, como por mágica. Tudo o que isso gerou foi uma mãe triste, o que eu nunca tinha visto acontecer. Ver minha mãe daquele jeito foi o que desencadeou minha depressão. Passei a me sentir a pior pessoa do mundo, e tentei me matar, por três vezes seguidas.
Depois disso, com a ajuda do meu pastor na época (eu sempre fui evangélica), acabei melhorando e conseguir voltar aquela vida de criança tardia. Voltei a brincar de boneca e pega-pega por um tempo, mas sem deixar de lado os namorinhos e as amizades de adolescente.
Tudo estava bem, até que toda minha vida virou de cabeça para baixo. Eu tinha dezesseis anos, quando uma mudança de escola e bairro, me fez ficar algum tempo sem amigos, sem vida social e sem as brincadeiras de sempre. Fiquei meio deprimida, trancada dentro de casa, descobri e me viciei no mundo dos fakes (época do orkut ainda) e passei a viver a vida daqueles perfis falsos. Por um certo tempo, achava que aquilo não faria mal algum. Até que percebi que eu simplesmente não me interessava mais pelas coisas legais da vida real. Não gostava de sair para viajar com meus pais, faltava muita aula, e não fazia qualquer outra coisa além de ficar na frente do computador quase 24 horas por dia. Eu estava engordando muito rápido, tinha perdido contato com todos meus amigos e minha família já estava ficando preocupada. Então, eu me apaixonei por uma namorada de um dos perfis falsos. Sim, por uma garota que não existia. E então, eu parei de entrar lá.
E então, eu conheci os blogs ana/mia. Pelo fato de ter engordado muito, passei a comer menos, e sempre que comia muito, eu tentava forçar o vômito. Nessa época, eu ainda não sabia nada sobre transtorno alimentar, até já tinha ouvido falar, mas não achava que isso tivesse algo a ver com que estava fazendo. Fiz um blog ana (aprincessanna.blogspot.com), conheci mais de vinte garotas iguais a mim, e aos poucos, me vi emagrecendo facilmente, sem notar que estava me destruindo. O pior dano que a anorexia e a bulimia fazem não é o físico. O pior é o que faz com o seu psicológico. Passei a olhar para o espelho e me ver cada vez mais gorda, apesar de os números na balança estarem diminuindo. Não me importava de morrer, desde que fosse magra. Não me preocupava com as pessoas que gostava de mim, só com a Ana e a Mia (apelidos bonitinhos, para anorexia e bulimia). Me machucava todos os dias com vômitos, jejuns, dietas exageradas, remédios fortes, misturas de remédios e laxantes. Via minha mãe chorar por mim, e não me importava, a única coisa que me deixaria feliz era ver meus ossos aparecendo. Eu estava morrendo aos poucos, mas também não me importava com isso.
Nesse meio tempo, abandonei a igreja e passei a experimentar religiões diversas, para ver se encontrava algo que me libertasse daquilo. Saía para festas, namorava, mas nada daquilo me fazia me livrar da depressão e do transtorno alimentar. Com o tempo, fui me isolando, negando convites a festas e passeios em que houvesse comida e passei a ficar quase todo meu tempo livre fazendo exercícios físicos ou contando calorias.
Isso durou quase quatro anos, até que eu ficasse com anemia profunda. Perdi quase todo meu cabelo, estava ficando doente de verdade, e poderia morrer se aquilo não fosse tratado. Apesar disso, parecia que tudo era mais forte que eu, e continuei vomitando, e muitas vezes ficando sem comer, mas fazia isso fora de casa, para não deixar minha mãe mais preocupada do que já estava. Fui ficando cada vez mais doente, até que meu médico e minha psicóloga me disseram para que parasse com aquilo, ou morreria.
Eu tentei. Sozinha, tentava parar com tudo aquilo, mas a cada nova compulsão (comer sem parar), me via chorando no banheiro por não conseguir parar com aquilo tudo sozinha. Não queria pedir para minha mãe me levar ao psiquiatra, porque achava que antidepressivos me faziam ter uma felicidade artificial e não queria aquilo. Queria ser feliz DE VERDADE. E foi então que tive a ideia. Depois de voltar para os trabalhos da igreja (sabia que aquilo me faria bem) e procurar os velhos amigos, além de fazer novos, eu passei a fingir, sim, fingir, que era feliz. Dizia para mim mesma e para os outros que era bonita, que me sentia bem com meu corpo e que era feliz daquele jeito. Repeti essa tática por uns bons seis meses, até finalmente perceber que eu acreditava naquilo. 
Hoje, sou líder de um grupo de dança na igreja, e tenho um grupo de teatro, além de cantar no coral de jovens e me envolver bastante no grupo de jovens. Procuro fazer o que posso para ter uma vida saudável, como bem (até demais haha) e nunca mais tive problemas com peso. Estou acima do peso, sim, mas e daí? Sei que sou bonita, feliz, e que toda a minha vida agora é dedicada ao Senhor e planejada por Ele.

Falando de... DANÇA

Louvai-o com o tamborim e a dança, louvai-o com instrumentos de cordas e com órgãos. Salmos 150:4

Sim, estou falando de dança para Deus. É ainda visto com muito preconceito o ministério da dança, mas isso é bíblico. A Bíblia nos diz claramente que "as virgens dançarão". Eu sei, muita gente ainda diz que a Bíblia fala da dança hebraica, ou pior, que fala de dança espiritual.
Desculpe a franqueza, mas se Deus aceitava a dança dos hebreus (que não passava de danças comuns, na época), então ele aceita e considera adoração, sim, toda a forma de dança que for feita para ele e não for alusiva a imoralidade.
Aí existe outro argumento muito usado: "foi tirado do mundo". Sim, a dança, como vemos hoje em algumas igrejas (o balé, street dance e dança moderna) foi tirado de ritmos de dança vindo da arte secular. Mas me diz, qual arte hoje na igreja não foi? O teatro, os instrumentos ali usados, os ritmos de música e até mesmo os estilos musicais. E tudo isso é usado, e com muita beleza e moral, para adoração a Deus. Jovens e velhos se acostumaram-se a esses tipos de arte dentro da igreja, e já não reclamam. Até mesmo as roupas que pregadores e cantores usam em nossas igrejas foram pegos da moda secular.
A dança é altamente perseguida na Igreja, tendo como supostos argumentos esses que já refutei aí em cima, de forma consistente e ameaçadora. "Esses modismos dentro da casa de Deus!", dizem alguns. E se não gosta de modismos, se acha que tudo deve ser feito como era na época de Jesus, por que suas vestes também não são túnicas cumpridas e suas mulheres não usam o véu que Paulo ensinou a ser usado em frente a congregação nas suas cartas?
A dança é uma forma de adoração com todo o ser, com todo o corpo (Louvar a Deus com tudo o que tens). Se as árvores adoram movendo seus galhos e os passarinhos cantando, que é como foram ensinados a louvá-lo, por que nós, que somos racionais, não pudemos aprender toda boa forma de louvar a Deus, inclusive a dança?
Dançando me sinto livre, me sinto perto de Deus, como se ele me visse e sorrisse para mim. Dançando, Deus me faz chorar, adorá-lo de verdade, sem máscaras ou palavras decoradas. Dançando eu crio um vínculo com Ele que nem mesmo o mais talentoso cantor entenderia. Porque dança foge da adoração que estamos acostumados. A dança nos dá a chance de louvar com o corpo, sacrificar a carne, e muitas vezes nos humilhar, e tudo isso, de uma forma que amamos: a dança.
Não tenho como explicar a você porque Deus me ensinou a amar esse tipo de adoração. Mas o que posso fazer, e sei fazer melhor, com o dom que Deus me deu, é escrever. Então, bem, dançar é voar com Deus para o mais íntimo relacionamento com ele. Dançar é adoração. 

P.S: Usei a palavra dança, porque não considero "coreografia" uma arte à parte. Pelas próprias normas da dança, coreografia é o conjunto de passos e gestos usado para formar uma dança, e portanto, não pode ser considerado um ministério. Apesar disso, como muitos ainda repudiam a palavra dança, acabei por colocar meu grupo "de coreografia", com um nome bem diferente do que qualquer um está acostumado:

Grupo Feminino - Ao Rei 

Assim, não estarei usando a palavra proibida (dança), nem tampouco usando a que eu não gosto de usar, porque não é uma arte (coreografia).

Falando de... DECIDIR PELA VONTADE DE DEUS (Cap 3 - Drama de Fatima)

Fátima decidiu pela melhor forma: orar. Pode não ser o melhor jeito de se resolver as coisas, mas ajuda a decidir como resolvê-las. E foi o que ela fez.
Entender - ou reconhecer - finalmente que estava errada e deveria terminar o namoro, fez com que sofresse muito. Dor, saudade, lágrimas, carência, arrependimento... Não foi fácil. Até o mais longo dos sofrimentos acaba, é só disso que ela tem certeza agora... Mas com certeza vai acabar.
É claro que apesar de não haver mais nenhuma confusão (ela sabe exatamente o que fez e não vai voltar atrás), ainda há coisas que deixam um grande quê de dúvida no peito. O namoro "perfeito" que encontrou não vai voltar nunca mais. Ela sabe que a raiz dos males era facilmente podada se ele se entregasse de verdade a Deus. E não, isso não tinha nada a ver com estilo dele - que ela adorava - nem com a mais nova decisão dele de se batizar. Ela precisava de algo mais. Precisava ver mudança de verdade nele. Não que ele mudasse por ela, nem que o caráter dele fosse mudado. Mas que a essência dele fosse transformada por milagre, como a água foi transformada em vinho.
Agora sofre, sim. Por saber que o ama. Que sente saudade dos carinhos, dos beijos na testa, das piadas sem graça, das cócegas, do abraço, dos carinhos e das frases bonitas que ela tanto deu risada. Sentia falta de cada momento com ele, até das brigas dos erros. Sente saudade de quando ele a ajudava a resolver as discussões com Gabriel e quando ele a xingava, merecidamente, por algo que ela fez. Ah, ela sente falta de tudo isso, sim, e sabe que o ama como nunca amou ninguém na vida. Mas, caramba, quem era ela para discutir com Deus? É muito melhor sofrer agora, do que sofrer muito mais, mais tarde, quando a coisa toda tivesse sido formalizada.
Mas, ah, há algo nessa história, além da satisfação de estar fazendo a vontade de Deus que a deixa plenamente feliz: ela não teve um tombo grande. Se pudesse ia esfregar isso na cara de quem falou, mas existe uma coisa chamada respeito pelo superior. que a ensinou a não fazer esse tipo de coisa. Ah, mas vontade dar, sim. Porque apesar de a tristeza fazer parte dela esses dias, ela sabe que sua maior felicidade, é saber que Deus está com ela, sorrindo ao seu lado e dizendo com orgulho: "Muito bem, filha, finalmente você está fazendo minha vontade".

Fazer a vontade de Deus nem sempre é fácil, mas é a coisa certa a se fazer de qualquer jeito. Ir pelo caminho oposto ao que ele manda só faz com que muitas vezes tenha-se sofrimentos irreparáveis ou até mesmo danos futuros que envolvam muito mais do que você mesmo.
Ter um exemplo em casa me fez ver isso com clareza, graças a Deus. Isso faz com que muitas vezes, seja mais fácil tomar a decisão de seguir a vontade de Deus.
Mas, você, que não tem nenhum exemplo, experimente seguir a vontade de Deus antes de tudo. Pode ser difícil agora, parecer que não vai aguentar. Mas acredite, toda dor que sentir agora, vai valer muito a pena quando você ver o agir de Deus em sua vida, e a vitória grande que ele mandará no futuro.
Deus conhece o futuro como ele é, portanto, no momento que ele te der uma ordem, não hesite em obedecê-lo. Porque há muitas bençãos esperando por você lá na frente se o fizer ;).

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